Dois líderes religiosos foram presos por compra de votos durante a Operação Eleições 2024 em Manaus (AM).
O que aconteceu
A PF (Polícia Federal) apreendeu mais de R$ 21 mil durante a operação. Após uma denuncia de que uma “reunião” com eleitores da capital foi convocada por religiosos, a PF identificou o crime eleitoral.
Quantia estava fracionada em envelopes brancos numerados, uma lista de presença com 50 assinaturas de eleitores também foi apreendida. Segundo a PF, a entrega dos envelopes seguia um fluxo organizado, com a participação de membros da igreja. “Havia forte indício de que se tratava de uma operação estruturada, em que o líder anotava os nomes, outro conferia e entregava o dinheiro”, informou Polícia Federal no Amazonas, em nota.
Celulares também foram apreendidos. Duas pessoas foram presas em flagrante e mais três pessoas foram encaminhadas à Superintendência Regional da PF para prestar depoimentos.
Reunião foi montada com justificativa de “progresso para a comunidade”. “Os presos poderão responder pelo crime de corrupção eleitoral em liberdade, após pagamento de fiança”, alertou a PF. “A compra de votos é crime previsto no código eleitoral, que prevê pena de até quatro anos de reclusão, mais pagamento de multa.”
Operação Eleições no primeiro turno
No balanço do primeiro turno divulgado pela PF, 415 eleitores haviam sido presos até o dia 6 de outubro por crimes eleitorais. A PF contabilizou R$ 50,3 milhões em bens e valores apreendidos em operações de combate a crimes eleitorais, R$ 21,7 milhões em espécie.
No dia da votação no primeiro turno, as principais infrações combatidas foram propaganda irregular e corrupção eleitoral. Foram registradas mais 300 ocorrências de crimes eleitorais, das quais 93 deram origem a inquéritos policiais e 173 foram registradas em termos circunstanciados. Outras 34 ocorrências ainda se encontram em andamento.