Uma perícia confirma a existência de uma vídeo chamada íntima entre o padre Júlio Lancellotti e um menor de idade. A arquidiocese de São Paulo havia arquivado o caso de pedofilia envolvendo o sacerdote em 2020.
As imagens revelam uma vídeo chamada com duas pessoas, sendo uma delas com a câmera desligada e a outra retratando um homem idoso se masturbando. O vídeo também exibe o chat com conversas de tom sexual com o menor de idade. A autenticidade do vídeo era questionada, até uma perícia realizada recentemente.
Entenda
Uma perícia realizada em um vídeo gravado no dia 26 de fevereiro de 2019 confirmou que é o padre Júlio Lancellotti que aparece se masturbando para um jovem menor de idade. Nas imagens, gravadas pela própria vítima, aparece o rosto do sacerdote. O laudo da perícia foi divulgado com exclusividade pela Revista Oeste.
Com 79 páginas, o laudo descreve os frames dos vídeos após a realização de exames prosopográficos, uma técnica que identifica as características faciais e do ambiente. No ano de 2020, Lancellotti foi denunciado depois que os vídeos circularam na internet, no entanto o processo foi arquivado pelo Ministério Público por “falta de materialidade”….
Nas imagens, o padre troca mensagens em teor sexual falando sobre ereção e sexo com o jovem. A Arquidiocese de São Paulo ainda não se manifestou sobre o caso. A Arquidiocese deve receber na manhã desta segunda-feira (22) um vídeo, analisado pelos peritos forenses Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti, que mostra o padre Júlio Lancellotti se masturbando para um menor de idade.
De acorda com a apuração levantada pela Revista Oeste, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, deve se encontrar com o arcebispo da cidade, Dom Odilo Scherer, para apresentar a denúncia contra Lancellotti. Após passar pela arquidiocese, o material será exibido de forma sigilosa ao colégio de líderes da Câmara.
A perícia foi fomentada graças à movimentação recente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não Governamentais (ONGs). O autor do pedido de instalação da CPI das ONGs em São Paulo, o vereador Nunes, acusa essas organizações de estarem envolvidas em uma suposta “máfia da miséria” que explora os dependentes químicos no centro da capital.
Segundo o vereador, essas entidades recebem financiamento público para fornecer alimentos, kits de higiene e itens para uso de drogas, seguindo a prática conhecida como política de redução de danos, direcionada à população em situação de rua. “Assinei uma CPI que em momento algum falava em investigar os trabalhos sérios do padre Júlio Lancelotti. Desvirtuou o objeto. Retiro minha assinatura”, disse o vereador Sidney Cruz (Solidariedade).
A Craco Resiste, uma das organizações citadas pelo vereador, nega ser uma ONG, afirmando ser um projeto de militância que busca reduzir danos por meio de atividades culturais e de lazer na região da Cracolândia. Em comunicado nas redes sociais, a entidade ressalta que são frequentemente alvo de ataques desonestos e acusações injustas. O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, também é mencionado por Rubinho.
O regulamento interno da Câmara estipula que é necessário um mínimo de 18 assinaturas para dar início à instauração de uma CPI. O vereador enfatiza que tanto o Bompar quanto a Craco Resiste serão as principais áreas de enfoque nas investigações lideradas pela comissão, junto com o padre Júlio Lancellotti, que anteriormente desempenhou o papel de conselheiro no Bompar.
O que diz Júlio Lancellotti
Através de uma nota divulgada à imprensa, o padre alega que não faz parte de “nenhuma organização da sociedade civil ou organização não governamental que utilize convênio com o Poder Público Municipal”.
Por Rhuan C. Soletti / Novo BSM