Rola nos bastidores da política de Santa Filomena (PE) que o candidato a prefeito Wagner Mororó (PP) não realizará comícios durante toda a sua campanha nas eleições municipais de 2024. Enquanto ele afirma que essa decisão se deve à confiança na consciência de seu eleitorado, essa explicação vem sendo amplamente contestada.
Wagner Mororó, é um servidor público municipal e comerciante que rompeu com o atual prefeito e candidato à reeleição, Gildevan Melo (PSD) há mais de 2 anos, para buscar o cargo máximo do município. Embora nunca tenha disputado um pleito eleitoral antes, sua postura ousada tem chamado a atenção. No entanto, a campanha de Wagner enfrenta um desafio crescente: o aparente encolhimento de seu grupo político. O movimento de seguidores que o apoiavam desde a pré-campanha, há dois anos, parece estar se esvaindo após as convenções de agosto.
Ao contrário de Wagner, Gildevan Melo, que já está consolidado politicamente como um favorito e busca a reeleição, vem ganhando força. Vários seguidores do grupo de Wagner têm se aproximado do grupo de Gildevan, aumentando as dificuldades para o candidato do Progressistas.
Por outro lado, o candidato da oposição, Cleomatson Vasconcelos (PT), que faz frente à gestão de Gildevan, mantém sua influência com uma base fiel. Cleomatson conta com o apoio da chamada “oposição original” – grupo que nunca votou em Gildevan ou seus aliados e que segue a linha do ex-prefeito Geni Lemos, seu pai.
A inspiração de Wagner é vista por muitos como um reflexo da vitória de Cleomatson em 2016, quando o povo optou por tirar Gildevan do poder, apesar do histórico de investimentos e trabalho do então candidato. No entanto, a diferença é que Cleomatson construiu sua trajetória ao longo dos anos, enquanto Wagner surge como uma figura recente e sem um legado político claro.
Nos bastidores, a justificativa de Wagner para não realizar comícios é simples: ele confia que o eleitorado está ciente de que ele é a melhor escolha para governar Santa Filomena pelos próximos quatro anos. Seus opositores, entretanto, acreditam que a verdadeira razão seria o receio de não conseguir atrair público suficiente, especialmente em comparação com os 5 mil participantes que Gildevan reuniu no distrito do Socorro em 1º de setembro ou com a expectativa para o evento de Cleomatson em 15 de setembro.
Dessa forma, a campanha de Wagner Mororó parece estar caminhando para um cenário de incerteza, onde o peso da tradição política e a falta de uma base consolidada podem ser determinantes para o resultado final. Resta saber se a confiança na “consciência” do eleitorado será suficiente para superar a desvantagem que ele enfrenta.
