Muitas pessoas não gostam de insetos e podem, por um momento, achar boa a notícia de que eles podem acabar, mas acontece que eles são bastante importantes. Segundo uma análise científica, a extinção da população de insetos pode levar a um colapso catastrófico dos ecossistemas da natureza.
Enquanto alguns detalhes são debatidos pelos pesquisadores, a maioria deles concorda que o estilo de vida atual da população humana está claramente ligado ao número de insetos no mundo. E a menos que alguma coisa seja feita rapidamente, nós podemos ter vários problemas no futuro.
Em vários artigos publicados nos últimos “Proceedings of the National Academy of Sciences”(PNAS), os especialistas somaram o estado dos números dos insetos como uma medida de biomassa, números individuais e espécies. E não importa a maneira pela qual esse número seja visto. Ele é um problema que tem que ser resolvido.
Insetos
O diretor da Escola Fenner de Meio Ambiente e Sociedade da Australian National University, Saul Cunningham, não foi um dos 56 autores. No entanto, ele também está ciente da importância que os insetos tem para o bem-estar de toda a sociedade.
“Os insetos são extremamente importantes para os processos ecológicos dos quais os humanos dependem, incluindo o fornecimento de alimentos e a reciclagem de nutrientes para o solo. É por isso que eles são descritos como as pequenas coisas que governam o mundo”, disse.
E por milhões de anos, essas “pequenas coisas” fazem processos ecológicos que são vitais. Além de serem bastante diversos, tendo mais de um milhão de espécies existentes. E esse número foi apenas o que foi contado até o momento.
Contudo, nas últimas décadas, as proporções de várias espécies caíram de forma significativa. Esse declínio foi fruto, provavelmente, das mudanças climáticas, precipitação, perda de habitat e uso de pesticidas.
Números
De acordo com as estatísticas que são mais comuns de serem citadas, as estimativas de perda de biomassa de insetos gira em torno de 1 a 2% por ano. Esse é um número bem chocante, ainda mais quando as variações locais são levadas em consideração. Alguns lugares essa perda chega a 10% ou mais anualmente.
“Eles também mostram que o declínio dos insetos não é universal, com perdas não aparentes em algumas outras regiões. Os estudos acrescentam urgência significativa ao caso de que precisamos desenvolver práticas agrícolas que apoiem populações de insetos saudáveis e diversificadas”, ressalta Cunnigham.
Felizmente, o declínio não é universal e em alguns lugares do mundo os insetos estão tendo seus dias de glória. Principalmente, nos climas temperados. Nessas áreas, várias espécies estão crescendo, provavelmente, por conta do aumento das temperaturas que empurram as faixas de habitat na direção dos polos.
Medidas
No entanto, não é porque o quadro geral não é de todo ruim que podemos descuidar desse assunto. Já que a perda de algumas espécies por conta da mudança climática global pode ser um sinal das tragédias e complicações que estão por vir.
Tanto que, o entomologista Akito Kawahara, do Museu de História Natural da Flórida, foi um co-autor de um artigo de opinião onde pedia que as comunidades fizessem mais para garantir que os insetos continuem por aí fazendo a sua parte.
Ele e sua equipe escreveram várias ações simples que todas as pessoas podem fazer para ajudar na preservação da biodiversidade. Por exemplo, deixar as luzes de fora da casa apagadas à noite, lavar o carro e a garagem com sabonetes biodegradáveis e usar selantes à base de soja.
A esperança é que 2021 traga mais estudos a respeito do número de insetos ao redor do mundo. E que com isso se entenda melhor a cena completa das espécies em declínio e as que estão abrindo novos caminhos. Até porque será preciso de todas as informações para se pensar em um plano de ação.