Falemos sobre os limites de barulho: carros de som, bares, festas e por que não, motociclistas e igrejas?
Em Santa Filomena, como em muitas cidades do interior de Pernambuco, faz alguns anos que o Ministério Público proibiu o uso de fogos de artifício em festas religiosas, políticas e por particulares em suas comemorações. Isso veio como uma resposta ao crescente número de crianças e adolescentes neurodivergentes, como os que estão dentro do espectro autista, que sofrem com os estampidos. Uma decisão justa e necessária.
Além disso, há normas sobre o volume de som, fiscalizadas pelo Ministério Público, para garantir a ordem pública, principalmente nas áreas urbanas. Mas sejamos francos: essas regras ainda deixam muito a desejar.
Hoje, é raro ouvir fogos de artifício em Santa Filomena. O uso de paredões de som, seja em eventos da prefeitura ou em bares, tem sido mais controlado, com a Polícia Militar coibindo exageros. Até aí, tudo certo. Mas e os outros tipos de barulho que continuam perturbando o sossego alheio e passam despercebido?
Um problema constante e ignorado são as motos com escapamentos adulterados. O barulho ensurdecedor dessas motocicletas ecoa pelas ruas a qualquer hora do dia e da noite, prejudicando o descanso dos idosos, o bem-estar de doentes e a tranquilidade de crianças neurodivergentes. Como pode esse tipo de poluição sonora não ter a mesma atenção do Ministério Público?
Outro caso grave são os excessos de volume dentro das igrejas. Aqui não se trata de religião A ou B, mas de respeito. Muitas congregações utilizam caixas de som em volumes absurdos, transformando suas celebrações em verdadeiros shows, sem levar em conta o impacto no entorno. Quem mora perto de um templo assim sabe o que é perder o direito ao silêncio dentro da própria casa. Barulho em nome de Deus não deixa de ser barulho. A fé deve ecoar nos corações, não nos decibéis de um microfone no último volume.
Onde está o respeito ao ser humano nessas situações? O direito ao sossego, à paz e ao bem-estar precisa ser garantido para todos, independente de idade, condição de saúde ou crença. Precisamos de mais empatia, de mais sensibilidade e, acima de tudo, de fiscalização justa para que todos possamos viver sem o peso de barulhos desnecessários.
Direto de Santa Filomena, Charles Araújo para o Araripe Notícias – Pop Brasil FM 93,7
