A adolescência é um período dos mais complexos na vida da maior parte das pessoas. É quando realizamos grandes descobertas a respeito do mundo e tentamos nos inserir nesse contexto, enquanto partimos em busca da autoafirmação por meio de nossos valores, crenças e pensamentos. É literalmente uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. E é, também, o momento em que se encontra o jovem Holden Caulfield. Um rapaz de família rica, que vive em um internato e, durante um fim de semana, revisita sua curta história de vida antes de encarar a verdade e os problemas que o aguardam em casa.
Escrito em 1951 pelo norte-americano J.D. Salinger, “O Apanhador no Campo de Centeio” é um marco na história da literatura por tratar a adolescência como uma fase da vida e não apenas uma passagem entre idades. Antes do livro, existiam as crianças e os adultos. A adolescência, com seus dilemas e preocupações, não era um conceito sólido na sociedade ocidental. Por isso, quando o livro foi publicado, passou a instigar diversos outros escritores e, literalmente, expandiu a mente de grande parte da sociedade na época. Tanto pelos excessivos palavrões usados no linguajar do Jovem Caufield, quanto pela forma simples e direta com a qual o Salinger escreve.
A história nos leva pelos excessos e dramas do narrador juvenil que foge do internato ao descobrir que seu rendimento escolar foi bastante insatisfatório – na verdade, das cinco matérias que estudou no semestre, conseguiu ser reprovado em quatro; e isso acabou por lhe render na expulsão do colégio. Esse fato desagradaria muito seus pais e, por isso, Caulfield começa a pensar no que fazer antes de enfrentar as consequências de seus atos. Uma leitura rápida e divertida que mostra as desventuras do personagem principal frente aos problemas de ser quase um adulto.