O número de políticos nomeados para cargos comissionados na Secretaria da Casa Civil do Governo de Pernambuco em 2025 chegou a 50. Durante o recesso da governadora Raquel Lyra (PSD), a vice-governadora Priscila Krause (PSDB) assinou, na última quarta-feira (26), a nomeação de mais 13 aliados, incluindo ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos e candidatos a vereador que não foram eleitos nas últimas eleições municipais.
Embora a presença de nomes políticos na gestão estadual não seja incomum, as nomeações em bloco na Casa Civil, sob comando de Raquel Lyra, vêm chamando atenção desde o início do ano. Em 28 de janeiro, por exemplo, 22 ex-prefeitos foram nomeados de uma só vez. No dia seguinte, mais 15 políticos foram incluídos na pasta.
Apesar de as nomeações mais recentes terem sido assinadas por Priscila Krause, a articulação foi feita por Raquel Lyra. Segundo a vice-governadora, as indicações já estavam definidas previamente. “Cumpri tudo o que ficou arrumado pela governadora, nada saiu do planejamento dela”, declarou. Questionada sobre o aumento de cargos comissionados, Krause afirmou que os novos assessores atuarão para aproximar o governo da população.
“Eles contribuem com a sua experiência, fazendo um trabalho de aproximação do Governo com a população. Todos têm vivência na administração pública e podem colaborar com o povo de Pernambuco”, afirmou.
Nomeações na Casa Civil
Entre os 13 novos nomeados, sete assumiram cargos de assessoria especial de articulação e acompanhamento, um foi designado assessor especial de coordenação estratégica, dois se tornaram assistentes técnicos e três foram nomeados assessores.
Os novos assessores especiais de articulação e acompanhamento são:
- Neto Cavalcanti (PSDB), ex-vice-prefeito de Água Preta, cassado em 2023 ao lado do ex-prefeito Noé Magalhães;
- Tonhão (PP), ex-candidato a prefeito de Água Preta, apoiado por Neto;
- Marco Barreto, ex-prefeito de Joaquim Nabuco;
- Danilson Gonzaga, ex-prefeito de Feira Nova e sobrinho do atual prefeito Joel Gonzaga (PSD);
- Bruno Chaves, ex-vereador de Feira Nova e ex-candidato à prefeitura pelo PSDB em 2024;
- Professor Thiago, ex-vereador do Recife pelo PSD;
- Luciano Júnior (PSDB), ex-vice-prefeito de Palmares.
Já a assessoria especial de coordenação estratégica ficou com José Geovane Bezerra, ex-prefeito de Camocim de São Félix e pai do atual prefeito Giorge Bezerra (PSD).
Nos cargos de assessores, foram nomeados:
- Nelson Lima, ex-prefeito de Santa Maria do Cambucá;
- Renato Sandre (Agir), ex-candidato a vereador de Goiana;
- Galego de Tonho (PSDB), ex-candidato a vereador de Taquaritinga do Norte.
Como assistentes técnicos, foram nomeados:
- Claudeilson Oliveira (PP), ex-vice-prefeito de Paranatama;
- Rosângela Lopes da Silva, cujo histórico político não foi encontrado.
Momento político e novas articulações
As nomeações em série reforçam a movimentação política do governo Raquel Lyra, que se intensificou após o Carnaval e sua filiação ao PSD. O Palácio do Campo das Princesas nomeou três novos secretários recentemente, todos por indicação política:
- Emmanuel Fernandes (Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo) – ex-prefeito de Custódia pelo Avante;
- Kaio Maniçoba (Turismo e Lazer) – deputado estadual pelo PP;
- Ivete Lacerda (Esportes) – ligada ao deputado federal Mendonça Filho (União Brasil).
Além disso, Miguel Duque (Podemos), filho do deputado estadual Luciano Duque (Solidariedade), assumiu a presidência do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O governo também prometeu ao Avante, partido dos irmãos Sebastião e Waldemar Oliveira, a administração do Arquipélago de Fernando de Noronha.
As recentes nomeações evidenciam a busca por fortalecimento político dentro do governo estadual, ampliando a presença de aliados em cargos estratégicos.
Isso é inadmissível. Colocar políticos rejeitados pelo povo, às vezes sem conhecimento técnico nenhum, simplesmente para os “cabos eleitorais” nomeados, angariarem votos para a campanha da governadora à reeleição! Isso é uma vergonha. Os cargos nomeados na administração pública deveriam ser todos técnicos e não políticos, pelas razões acima!