Até o momento, dez estados brasileiros retomaram as atividades presenciais e autorizaram os municípios a fazer mesmo. Nesse mesmo direcionamento, o Distrito Federal e outros nove estados se preparam para o retorno até 17 de agosto.
No DF, a primeira segunda-feira (2) de agosto é a data marcada para a retomada. O retorno será híbrido, as turmas serão divididas em dois grupos que intercalarão indo para a escola semana sim, semana não. Questionada sobre como se daria mais detalhadamente esse retorno, a Secretaria de Educação (SEDF) informou que divulgará em breve.
De toda forma, os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades em saúde devem ser seguidos: higienização diária dos ambientes, distanciamento entre os alunos, uso de máscaras e álcool em gel, aferição de temperatura, evitar o compartilhamento de objetos pessoais, entre outras regras.
Decisão Regional
Representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em reunião dia 20/07, chegaram ao consenso de que a decisão, pela volta às aulas ou não, deve ser local. De acordo com o presidente do Consed Vitor Angelo, medidas que abranjam todo o país não devem ser tomadas. “O enfrentamento da pandemia não foi coordenado nacionalmente e, também, tendo em vista que a situação da pandemia é diferente de um estado para o outro”, conta.
Angelo reforça que o retorno deverá ser tomado do ponto de vista sanitário, a partir de uma avaliação regional feita por cada secretário de estado de saúde e de educação.
O Ministro da Educação Nilton Ribeiro, fez pronunciamento na televisão na noite de terça-feira (20), defendendo o retorno às aulas presenciais. Durante a fala, o ministro apresentou dados de estudos internacionais que comprovam que as escolas fechadas aumentaram a evasão além de gerar perdas de aprendizado. “O retorno às aulas presenciais é uma necessidade urgente”, disse. Ainda de acordo com Ribeiro, o governo estabeleceu protocolos que garantirão uma volta segura às atividades letivas presenciais.
O que pensa o setorDe acordo com a diretora pedagógica da rede Red Balloon — escola de inglês, atividades artísticas, culinária, teatro e música — Ruymara Almeida, além dos protocolos de segurança, as escolas que optarem por aulas presenciais também devem priorizar práticas pedagógicas com foco em cuidados socioemocionais.
Para a especialista, é natural que muitos estudantes ainda se sintam inseguros, desconfortáveis ou tenham alguma resistência ao retornar às aulas depois de tantas mudanças e incertezas.
Diante disso, a advogada, Mérces da Silva Nunes acredita que pais não podem ser obrigados a mandarem os filhos para a escola em meio à pandemia. Tendo em vista justamente a preocupação dos pais e a insegurança emocional dos filhos. “O ensino no país e legalmente realizado na modalidade presencial, mas ainda e muito precoce qualquer decisão das autoridades no sentido de tornar obrigatório o comparecimento dos alunos”, diz a especialista. Ela defende que “o retorno às aulas presenciais se dê em regime híbrido (semana presencial e semana online).
O receio das famílias e pertinente, porque não e possível garantir que os protocolos de segurança sejam implementados e rigorosamente cumpridos”.
Vacinação para menores de 18
Diante das movimentações para a volta às aulas surge a preocupação com a disponibilidade de vacinas para menores de 18 anos de idade.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) autorizou a aplicação do imunizante da farmacêutica Pfizer para a população com idade entre 12 e 17 anos. Em território chinês, a Coronavac é aplicada em crianças a partir dos três anos de idade. O Instituto Butantan está aguardando a chegada de estudos, realizados na Ásia, para pedir à Anvisa que autorize a aplicação do imunizante em crianças e adolescentes.
Por enquanto, apenas Espírito Santo, Mato grosso do Sul, Piauí e Rio Grande do Sul estão realizando a vacinação, com a pfizer, em adolescentes a partir de 12 anos que tenham comorbidades. Os outros estados aguardam parecer oficial de autorização por parte do Ministério da Saúde além da chegada de novas remessas de vacinas. O Ministério da Saúde sinaliza que vai autorizar, mas ainda não deu um posicionamento.
Por Ascon