POR CHARLES ARAÚJO
A inauguração do comitê de Cleomatson, ex-prefeito de Santa Filomena e atual candidato à prefeitura, foi marcada por uma baixa adesão popular, levantando questionamentos sobre a viabilidade de sua campanha. Depois das três convenções majoritárias, tornou-se evidente que a resposta da população ao apelo dos candidatos à Prefeitura de Santa Filomena tem sido desigual. E, nessa comparação, Cleomatson parece estar em desvantagem.
O evento de inauguração do comitê, que deveria ser um marco de mobilização, reuniu apenas um pequeno grupo de apoiadores. Ao lado de sua concorrente a vice-prefeita, Michele, e dos candidatos a vereador de sua coligação, Cleomatson viu sua tentativa de galvanizar o eleitorado esbarrar na indiferença popular. Um cenário desconcertante, especialmente para um candidato que busca retomar o poder que perdeu em 2020.
Mesmo o apelo à figura do presidente Lula, trazido estrategicamente por Cleomatson para sua campanha após a migração do PSB para o PT, não foi suficiente para atrair multidões. Isso, embora de Santa Filomena ser amplamente reconhecida como um município pró-Lula, evidenciado pelos 84% dos votos que o presidente obteve no segundo turno das eleições de 2022. Cleomatson parece ter apostado que sua nova “aliança política” com o presidente popularmente amado seria a chave para sua volta triunfal à prefeitura. Contudo, a realidade mostrou-se bem diferente.
A fraca presença de público em um momento crucial da campanha levanta uma questão importante: será que o eleitorado de Santa Filomena está disposto a votar em um “caronista”? A história política local sugere que não. O povo filomenense, historicamente, escolhe seus prefeitos com base na capacidade de gestão local, e não em alianças simbólicas com figuras de Brasília. A expectativa de Cleomatson de que o nome de Lula seria um passaporte de volta ao poder parece estar se desfazendo diante de uma população que, embora apoie o presidente, entende que quem governa o município é o prefeito.
A escolha dos eleitores, ao que tudo indica, não será pautada apenas por afinidades partidárias ou apoios externos, mas sim pela avaliação de quem pode verdadeiramente liderar e atender às demandas de Santa Filomena.