Filó Notícias by Charles Araújo
Curiosidade

2020 foi o ano mais quente da história

2020 foi o ano mais quente da história
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Nosso planeta já tem seu longo período de existência e já passou por várias mudanças. Umas delas, que os pesquisadores consideram uma das mais drásticas, é a mudança climática. Isso vem afetando o mundo de várias maneiras diferentes e, talvez, caminhe para um ponto onde se torne cada vez mais difícil a nossa existência.

Terra está ficando cada vez mais quente e as temperaturas do planeta estão aí para provar isso. E de acordo com o serviço de monitoramento do clima da União Europeia, 2020 empatou com 2016 como o ano mais quente já registrado. Isso quer dizer que a Terra está em um caminho acelerado de aquecimento global. O que pode devastar grandes áreas da humanidade.

Desde 2015, os seis últimos anos foram os mais quentes já registrados. Isso é uma evidência de uma tendência que persiste e está cada vez mais aprofundada, conforme informou o Copernicus Climate Change Service (C3S).

Recorde

O recorde conseguido em 2020, de 1,25º Celsius acima dos níveis pré-industriais, foi mais alarmante porque ele veio sem a ajuda de um evento climático natural, como por exemplo o conhecido El Niño.

“É bastante claro que, na ausência dos impactos de El Niño e La Niña nas temperaturas ano a ano, 2020 seria o ano mais quente já registrado”, disse Zeke Hausfather, diretor de clima e energia do Breakthrough Institute em Oakland, Califórnia.

O El Niño acontece a cada dois a sete anos. E quando ele ocorre as águas quentes da superfície do oceano pacífico tropical podem aumentar as temperaturas globais. Já La Niña tem o efeito de resfriamento.

“2020 se destaca por seu calor excepcional. Este é mais um lembrete da urgência de reduções ambiciosas de emissões para evitar impactos climáticos adversos no futuro”, ressaltou Carlo Buontempo, diretor da C3S.

Até agora, o mundo teve pouco mais de 1º C de aquecimento. E com isso nós já vimos o crescimento de secas mortais, ondas de calor, chuvas que levam a inundações e supertempestades, que ficam mais destrutivas com o aumento do mar.

Além disso, ano passado aconteceu o número recorde de furacões no Atlântico. Foram tantos que não sobrou nenhuma letra no alfabeto para a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nomeá-los.

Consequências

E alguns lugares do mundo experimentaram, em 2020, um aquecimento bem acima da média global. A temperatura média da superfície da Europa, por exemplo, foi de 2,2º C com relação à referência pré-industrial. E ela ficou quase meio grau acima da temperatura de 2019.

Na região ártica, esse aquecimento foi ainda maior. O norte da Sibéria e partes do próprio Ártico ficaram quase 7º C acima dos níveis de meados do século XIX.

Além das temperaturas, os níveis de CO2 na atmosfera atingiram um pico de 413 partes por milhão. Isso é quase 50%a mais do que os níveis vistos no começo do século XVIII antes da queima de combustíveis fósseis.

O mais alarmante é que esses níveis foram alcançados mesmo com uma queda de 7% nas emissões de CO2 por conta da pandemia do coronavírus.

“Como o CO2 se acumula na atmosfera como a água em uma banheira, se fecharmos a torneira em 7%, o nível de CO2 aumenta um pouco mais devagar. Precisamos fechar a torneira para conseguir um clima estável novamente”, disse Stefan Rahmstorf, chefe de análise do sistema da Terra no Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático.

As emissões globais estavam em uma tendência de aumento constante até 2019. Ainda não se sabe se a humanidade irá retornar ao seu estado “normal” como era antes ou então se começaremos a diminuir a poluição de carbono em uma velocidade que consiga evitar os impactos climáticos catastróficos.

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